Children of the Nameless - Capítulo 9 | Magic

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Publicado em 14/02/2019
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Capítulo 9: Tacenda


Tacenda forçou a si mesma a manter-se em movimento, de forma a não pensar muito sobre o que havia acontecido. Em vez disso, ela decidiu verificar os corpos dos aldeões e dos sacerdotes, enquanto os demônios cuidavam de seus ferimentos em frente à antiga igreja.

Ainda assim, ela não conseguia evitar olhar para os corpos dos soldados mortos e, a cada vez que o fazia, sentia-se mal. Ela estava acostumada com as dificuldades da vida nos Acessos, mas havia algo perturbadoramente brutal a respeito desses cadáveres. Homens e mulheres mortos em batalha.

Quantos horrores ela poderia testemunhar em uma noite antes que ela desmoronasse sob tudo isso?

Apenas continue. Ajude aqueles que você puder, pensou ela, rolando Ulric, o sapateiro e o acomodando ao lado de sua família. Não pense em como, sob quaisquer outras circunstâncias, você teria saudado os caçadores de demônios como heróis…

Ela fechou os olhos e respirou fundo algumas vezes. Ela continuaria. Ela tinha que continuar. Ela era a protetora da aldeia. Ela foi escolhida para isso.

Ela abriu os olhos e sentou-se no chão de madeira de lei. Até onde ela sabia, nenhum dos aldeões em coma haviam sido feridos durante a escaramuça. O mais próximo que qualquer um havia chegado do perigo foi quando Davriel desencadeou sua piromancia roubada. Ela usou o manto de Ulric para apagar as chamas nas proximidades.

Perto dali, Gutmorn mancava pelas cinzas, com a perna enrolada em um curativo. O demônio esguio ajoelhou-se, levantando carinhosamente algo do carvão negro: um crânio demoníaco com chifres. Flocos de cinza caíram quando Gutmorn o levantou até o rosto e um gemido baixo escapou de sua garganta. Um som cru e angustiado. Seus olhos terríveis se fecharam, a cabeça repousou levemente sobre o crânio e sua postura desmanchou-se em uma curva.

Tacenda quase podia enxergar humanidade no pobre.

“Gutmorn,” disse Davriel da frente da igreja, “sua ferida na perna está sangrando através dessa bandagem. O corte é mais profundo do que você indicou.”

O demônio não se mexeu.

“Volte para a mansão”, disse Davriel. “Costure essa ferida e avise a Grindelin que alguns dos caçadores escaparam de nós. Eles podem decidir procurar por alvos fáceis na mansão.”

Gutmorn se levantou, ainda segurando o crânio com cuidado, e saiu mancando da igreja destruída. Miss Highwater estendeu e pousou a mão em seu ombro quando ele passou e, embora o demônio mais alto não olhasse para ela, hesitou ao seu lado.

Tacenda sentiu como se estivesse se intrometendo em um momento pessoal ao qual ela não pertencia.

Gutmorn finalmente desapareceu na noite e o som de asas batendo anunciou sua retirada. Davriel atravessou a sala e inspecionou Crunchgnar. O demônio corpulento e sem asas estava cuidadosamente envolvendo seu antebraço com um curativo. Ele fora muito mais castigado que Gutmorn, mas parecia indiferente às suas feridas.

“Nem pense em me mandar embora”, ele rosnou para Davriel. “Isso aqui vai sarar dentro de uma hora e eu não vou deixar você sozinho. Você acabará sendo morto cedo demais, quebrando nosso contrato.”

“Ai de mim! Você me pegou”, disse Davriel. “Sempre foi minha intenção buscar o suicídio meramente como um meio de incomodar você”.

Crunchgnar rosnou, como se acreditasse que fosse verdade.

“Até agora,” continuou Davriel, “o ar nocivo de sua presença não foi suficiente que eu desse cabo de mim mesmo, mas sou alguém determinado, então encontrarei outro método.” Ele se voltou para Tacenda. “Você precisa de mais tempo para recuperar-se, Miss Verlasen?”

“Estou bem,” mentiu ela, levantando-se.

“Você não estaria conosco se isso fosse verdade”, disse Davriel. Em seguida, apontou para a noite com sua bengala. “Mas vamos embora. Não há mais o que aprender com os mortos. Pelo menos não com os do tipo que não sabe falar.”

Eles saíram para a noite, com Miss Highwater carregando as lanternas. A relutância anterior de Davriel parecia ter desaparecido. De fato, enquanto ele guiava o caminho através da aldeia de volta para a carruagem, sua espada-bengala de cavalheiro bateu no chão com um vigor que Tacenda consideraria como ansiedade em outra pessoa.

“Para onde agora?” ela perguntou para ele.

“Aqueles homens obviamente passaram pelo priorado a caminho daqui”, disse Davriel. “Alguns possuíam proteções contra meus talentos em suas mentes. Eu já estava decidido a visitar o priorado, tanto para perguntar a esse padre que afirma ter me visto, como para ver a prioresa. Ela tem talentos mágicos que ajudam na interação com os espíritos. A chegada desses caçadores reforça minha decisão. A prioresa tem várias perguntas que ela deve responder.

“Você… não vai matá-la, vai?”

“Creio que vá depender muito das respostas dela.”

Ele reduziu a velocidade na noite e Tacenda se aproximou, confusa, até que avistou a carruagem adiante. Ou, mais precisamente, a figura macabra ao lado dela. O pobre Brerig, o pequeno e simplório demônio, havia sido descoberto pelos caçadores, provavelmente antes do ataque à igreja. Seu cadáver deformado havia sido pregado em uma porta próxima. A cabeça fora removida e colocada ao lado da lanterna bruxuleante no chão. A boca havia sido cheia com o que parecia ser alho.

Davriel não fez nenhum barulho, mas sua mão apertou o castão da bengala até que ela tremesse e as articulações dos dedos estivessem brancas.

“Estas,” disse ele suavemente, “são suas ‘pessoas boas’, Miss Verlasen. Gostaria que tanto os deuses lá em cima quanto os demônios lá embaixo me protegessem das pessoas boas. Um homem chamado de mau roubará sua bolsa, mas um assim chamado ‘homem bom’ não ficará contente até que tenha arrancado seu coração.”

Ela deu um passo atrás. Não havia ameaça em sua voz. Na verdade, ele falou com o mesmo tom jovial de sempre. E mesmo assim…

E mesmo assim.

Desde o estranho encontro entre eles, ela havia perdido a maior parte do medo dele. Até aquele momento. De pé na estrada, a luz das lanternas de alguma forma não conseguia alcançar o rosto dele. Naquele momento, ele parecia ter se tornando a própria sombra, tão frio ao ponto de sufocar todo o calor. Então ele girou, com seu estranho manto flutuando em torno dele, e caminhou até à carruagem. Os cavalos, felizmente, não foram molestados nem roubados.

Tacenda seguiu, hesitante, dando uma última olhada para o cadáver de Brerig. Ela o enterraria, decidiu, assim que sua aldeia tivesse sido resgatada. O pequeno demônio foi gentil com ela. Certamente, ele não merecia tal destino.

Não merecia mesmo? pensou ela, subindo na carruagem. Ele era um demônio. Quem sabe que horrores ele cometeu ao longo de sua vida?

Ela não sabia e, tampouco, os caçadores. Talvez tenha sido isso que a deixou tão desconfortável. Mas o que eles deveriam fazer? Pedir a um demônio para listar seus crimes antes de destruí-lo? Nesta terra, você não tinha tempo para tais escrúpulos. Se você não atacasse rapidamente, as coisas que se moviam na floresta tomariam sua vida antes que você tivesse a chance de falar.

E assim, a noite transformava a todos em monstros.

Crunchgnar parecia estar melhor. Ele sentou-se no assento do condutor, fazendo com que a carruagem rangesse sob seu peso enquanto se acomodava. Miss Highwater sentou-se novamente no interior da carruagem com uma pequena lanterna pendendo ao lado de sua cabeça, iluminando quando ela abriu seu livro-razão e começou a escrever.

Tacenda subiu por último, verificando sua viola da gamba, que havia deixado no assento. A carruagem começou a se movimentar e Tacenda achou o silêncio subsequente avassalador. Ela procurou algo para dizer e deixou escapar a primeira coisa que lhe ocorreu — embora, após reflexão, possa não ter sido uma escolha sábia.

“Então”, disse ela. “Voluptara?”

Miss Highwater fez uma pausa em sua escrita e Davriel, sentado no banco ao lado de Tacenda, riu baixinho.

“Você ouviu isso, não é?”, perguntou Miss Highwater.

“Eles dão nomes a si mesmos,” disse Davriel, inclinando-se em direção a Tacenda. “Se você não conseguiu adivinhar isso de ‘Crunchgnar’ e seu apelido belo e extremamente criativo.”

“Eu era jovem,” disse Miss Highwater. “Ele soava impressionante.”

“Para um garoto de dezesseis anos, talvez,” disse Davriel.

“O que era precisamente o ponto. Lembre-se, eu tinha apenas doze dias de idade. Queria ver você fazer melhor.”

“Sulterix,” disse Davriel indolentemente. “Lusciousori.”

“Podemos parar a carruagem?” disse Miss Highwater. “Preciso encontrar aquele demonologista e pregar sua língua em algo.”

“Bosomheavia…”

“Oh, pare,” interrompeu Miss Highwater. “Você está fazendo a criança corar. Olha, por que você não me diz a resposta para a adivinha de Brerig? Os diabos organizaram um bolão de apostas.”

“Oh, aquilo?” Davriel disse. “Era uma rocha específica que eu vi uma vez em Cabralin, com formato de cabaça.”

“Isso é… estranhamente decepcionante”, disse Miss Highwater. “Como ele poderia ter adivinhado isso?”

“Ele não poderia, o que é exatamente o ponto.” Daviel olhou para Tacenda. Sua confusão deve ter sido óbvia, porque ele continuou. “Cada um dos demônios tem um contrato comigo, e aquele cujas condições são satisfeitas primeiro tem direito à minha alma. Crunchgnar, por exemplo, só ganha minha alma se eu viver até os sessenta e cinco anos sem morrer.”

“O que é inteligente”, disse Miss Highwater, “porque dá a Crunchgnar um grande motivo para protegê-lo”.

“Brerig conquistaria minha alma se ele respondesse a adivinha que eu fiz para ele,” disse Davriel. “Ele não estipulou sobre o que seria a adivinha, infelizmente para ele.”

“Eu ainda acho que foi intencional”, disse Miss Highwater. “Ele sempre foi mais feliz quando tinha um mestre para servir a longo prazo. Isso lhe dava um propósito.”

“A adivinha,” disse Davriel. “Era ‘No que estou pensando agora?'”

“Isso… não é uma adivinha,” disse Tacenda.

“Ele a aceitou com uma,” disse Davriel. “Então o contrato foi satisfeito.”

“Mas não há pistas!” disse Tacenda. “Não há nem mesmo um contexto! Poderia ser literalmente qualquer coisa. Ou, tecnicamente, nada. E você poderia mudar a resposta se ele conseguisse acertar!”

“Pelo menos isso ele não poderia fazer, disse Miss Highwater. “Davriel teve que escrever a resposta no contrato antes de queimá-lo para selar o pacto. Qualquer outra pessoa que invocasse o contrato para lê-lo acharia o local da resposta indecifrável, mas se Brerig acertasse a adivinha, ele o saberia instantaneamente. Dito isso, ele só tinha direito a cinco palpites oficiais por dia, E, obviamente, Davriel escolheu algo virtualmente impossível de acertar.” Ela balançou a cabeça.

“Você estava torcendo por ele, não é mesmo?” disse Davriel, divertido. Ele não parecia se importar nem um pouco com o fato de que eles estavam discutindo o destino de sua alma.

“Teria sido hilário se Brerig tivesse adivinhado”, ela respondeu. “Eu gostaria de ver a reação do Crunchgnar. Você sabe, eu meio que esperava que você desse a resposta para Brerig um dia antes do seu sexagésimo quinto aniversário, só para fazer Crunchgnar explodir de frustração.”

“Ah?” disse Davriel. Em seguida, falou muito baixinho, olhando para cima na direção do lugar do condutor da carruagem. “Minha cara, você acha mesmo que eu assinaria o contrato que daria a Crunchgnar uma chance de obter minha alma, mesmo que eu chegasse aos sessenta e cinco?”

“Eu li o contrato”, disse Miss Highwater. “É hermético. As definições são específicas. O contrato gasta duas páginas na definição de tempos, medidas e idades! Você…”

Ela parou quando Davriel se recostou, sorrindo.

“Como?”, sussurrou ela. “Como você o enganou?”

“Ele fica com a minha alma”, sussurrou Davriel, “se eu viver até os sessenta e cinco anos sem morrer”.

“Ah, inferno …” disse Miss Highwater, arregalando os olhos. “Você já morreu uma vez, não é? Como?”

Davriel apenas continuou a sorrir.

“Toda aquela conversa sobre tempos e medidas no contrato”, disse Miss Highwater, “foi apenas uma distração, não foi? Eu nunca percebi… Fogo do inferno! E eles nos chamam de demônios”.

Tacenda olhou de um para o outro quando a carruagem quicou sobre uma ponte. Que conversa bizarra. “Então…” disse ela, franzindo a testa. “Qual é a sua estipulação, Miss Highwater?”

“Hm?” Disse ela, voltando-se para o seu livro-razão. “Oh, poderei tomar a alma de Davriel quando conseguir seduzi-lo.”

Tacenda sentiu uma pontada de surpresa, depois corou furiosamente. Ela agarrou a viola, depois olhou de Davriel para Miss Highwater. Nenhum dos dois parecia se incomodar o mínimo que fosse com a ideia.

“Ele é muito teimoso”, continuou Miss Highwater. “Eu presumi que teria sua alma em menos de um dia. No entanto, aqui estou eu, quatro anos depois. Fazendo sua contabilidade.”

“Talvez eu simplesmente não goste de mulheres”, disse Davriel despreocupadamente.

“Por favor. Você acha que eu sou tão desatenta?” Ela apunhalou seu livro-razão com um sinal de pontuação particularmente afiado, então olhou para cima. “Você é algo completamente diferente.”

“Você já considerou que talvez não seja tão atraente quanto você sempre imaginou?”, disse Davriel.

“Eu me apoderei de muitas almas usando precisamente essa estipulação contratual. Tanto homens quanto mulheres.”

“E foi tão gentil a parte deles terem pena de você”, disse Davriel. “De verdade, eles devem ser parabenizados por reforçar sua autoestima enxergando a verdadeira beleza dentro de você. Pessoas louváveis, todas elas.”

Miss Highwater suspirou, olhando para Tacenda. “Você vê o que eu tenho que aturar?”

Tacenda abaixou a cabeça em uma tentativa de esconder seu profundo rubor.

“Olha só o que você fez,” disse Miss Highwater para Davriel. “Escandalizou a pobrezinha.”

“Você …” disse Tacenda. “Você realmente… quero dizer…”

“Não é a única maneira com a qual eu consigo me apoderar de almas,” disse Miss Highwater. “Mas funcionou bem para mim no passado. E, devo admitir, é algo esperado de mim a esta altura. Não fiquei nada surpresa quando Davriel sugeriu isso durante o processo de invocação e ligação. Além disso, me interessou que uma pessoa que já tivesse um contrato sobre sua alma ousasse tentar fazer outro. Davriel é um caso especial, no entanto. Ele é muito persuasivo. Irritantemente persuasivo.”

“Mas… mais cedo, você estava tão envergonhada pelo seu nome…”

“Porque é bobo. Isso não significa que estou envergonhada de quem eu sou.” Ela olhou para Davriel. “Eu estou apenas enferrujada, isso é tudo. Passei anos presa naquela estúpida prisão de prata.”

“Você poderia ter praticado suas artes de sedução com os outros demônios”, observou Davriel.

“Por favor, você já viu como a maioria deles se parece? Ela olhou para Tacenda novamente, que não conseguia acreditar que esta conversa ainda estava acontecendo. “Crunchgnar é comparativamente bonito para um demônio, criança. Confie em mim. Alguns dos outros têm ganchos em vez de mãos. Literalmente ganchos.”

“Eu sempre pensei sobre isso,” disse Davriel. “Parece terrivelmente impraticável. ‘Thornbrak, você poderia me passar essa jarra de sangue humano? Oh, espere. Esqueci. Você não tem polegares opositores. Ou dedos.’”

Eles deixaram a conversa morrer por fim e Miss Highwater voltou a escrever. Uma rápida olhada mostrou que ela estava anotando o que descobriram na aldeia.

Geists criados a partir das almas das pessoas. Retornaram para atacar seus amigos e familiares, portanto já se foram para bem longe.

Traidor provavelmente envolvido, matando o padre que estava protegendo a igreja. Verificar se algum corpo está faltando na aldeia?

O Pântano parece estar envolvido. Qual é a verdade?

Alguém, provavelmente o traidor, estava na aldeia fisicamente mais cedo hoje. Tacenda ouviu passos. Por que eles não a atacaram?

Tacenda estava determinada a não quebrar o silêncio com outra pergunta estúpida. Em vez disso, ela puxou a cortina da janela e observou a floresta escura lá fora.

Um erudito pomposo de Thraben veio uma vez desenhar mapas dos Acessos. Ele tentou nomear as florestas mais próximas deles “o Bosque Verlasen”, mas o forçaram a abandonar a ideia. Os bosques não pertenciam a eles.

Ninguém poderia se apropriar destes bosques.

“Os soldados não deveriam ter matado Brerig”, disse Tacenda suavemente. Talvez nós humanos tenhamos sido caçados por tanto tempo, que aprendemos a sobreviver às custas da lembrança do que significa ser humano. Ser justo e bom.”

Davriel bufou. “’Ser bom’ é simplesmente um método utilizado para sinalizar que alguém está disposto a conformar-se às normas sociais. Estar de acordo com a multidão. Olhe para qualquer livro de história e você descobrirá que o limite para uma conformação aceitável varia muito, dependendo do grupo.”

“Você mesmo disse que roubar talentos de pessoas boas é mais difícil para você”, disse Tacenda. “Então a bondade deve existir.”

“Eu disse que é mais doloroso para mim usar talentos extraídos de pessoas que se consideram puras. O que é uma coisa totalmente diferente.”

“Eu conhecia pessoas boas”, disse Tacenda suavemente. “Na aldeia.”

“A mesma aldeia que trancava você do lado de fora à noite?” Davriel disse. “Deixando uma criança para enfrentar os horrores da floresta sozinha?”

“Era o meu destino”, disse Tacenda. “Fui escolhida pelo Pântano e tenho que seguir meu destino.”

“Destino?” disse Davriel. “Você precisa aprender a abandonar esse absurdo, criança. Seu povo coloca muita coisa em jogo no destino — você deve escolher seu próprio caminho, fazer seu próprio destino. Levante-se e aproveite a vida!”

“Levante-se?” Tacenda disse. “Aproveitar a vida? Como você faz, sentado sozinho em sua mansão? Aproveitando o cochilo ocasional?”

Miss Highwater reprimiu uma risada, ganhando um olhar penetrante de Davriel. Ele olhou de volta para Tacenda. “Às vezes, a escolha mais ‘honrosa’ que um homem pode fazer é não fazer nada.”

“Isso é contraditório”, disse Tacenda. “Você quer justificar ser impassível enquanto pessoas melhores morrem. Você quer fingir que ninguém é bom para que você não se sinta culpado por ignorar sua dor. Você…”

“Isso é o suficiente, criança,  disse ele.

Ela virou-se para o outro lado, olhando pela janela mais uma vez. Mas ele estava errado. Ela conhecia pessoas que eram boas. Seus pais e seu amor simples em fazer roupas. Willia, que estava determinada a aprender como afastar a escuridão para que ela nunca amedrontasse ninguém novamente.

De um jeito ou de outro, esta noite Tacenda veria Willia — e os outros — restaurados.

Continua (…)

Agradecendo muito ao pessoal da mythologica, quem está fazendo esse trabalho impressionante de tradução!!

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