Linhas Profundas: Um conceito de teoria dos jogos aplicado ao Magic | Magic

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Publicado em 29/06/2023
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Salve galera! Como vocês estão?

Me chamo Rafael Kenji, também conhecido como tchuco no MTGO, sou de Londrina - PR, jogo magic competitivamente há sete anos e há um ano me tornei um grinder no MOL e streamer(twitch.tv/tchucomtg). Recentemente, tive algumas experiências como coach de jogadores de Rakdos Midrange, tenho feito alguns deck guides e auxiliado jogadores a melhorar alguma match em específico. A partir disso, tive a ideia de criar uma série dentro do blog do MYP cards para ajudar os jogadores que tem interesse em entrar no universo competitivo do Magic: The Gathering.

Tenho escrito alguns artigos há algum tempo falando sobre conceitos que podem melhorar significativamente a qualidade de algumas jogadas, o que diretamente significa ganhar mais jogos, desenvolver uma fortitude mental etc.

No artigo de hoje vamos falar sobre um conceito advindo da “teoria dos jogos”. A teoria dos jogos é um campo da matemática aplicada que estuda o comportamento estratégico e as decisões tomadas por indivíduos ou grupos em situações de conflito ou cooperação. Ela utiliza modelos matemáticos para representar jogos, considerando as ações disponíveis, recompensas e preferências dos jogadores.

O conceito que iremos explorar hoje chama-se “minimax”

 

  1. O que é “minimax”?

O termo "minimax" refere-se a maximizar os resultados positivos de uma jogada, enquanto se minimiza o impacto negativo caso a jogada não seja bem-sucedida. Em Magic, isso se traduz em buscar jogadas que ofereçam a maior vantagem possível, considerando tanto a recompensa potencial quanto os riscos envolvidos.

Em um jogo de “soma zero”, ou seja, que é esperado que sempre haja um ganhador e um perdedor, é necessário constantemente avaliar e reavaliar esse conceito para que as tomadas de decisões sejam as melhores possíveis para evitar entregar jogos “ganhos” e tornar possível uma virada em jogos que há muito atrito.

  1. Situações de jogo que podemos utilizar o “minimax”

SITUAÇÃO 1: UTILIZANDO A REMOÇÃO CERTA PREVENDO AMEAÇAS

Vamos supor que em uma partida do BR mid pioneer contra Mono-white Humans o seu oponente desenvolva uma Thalia, guardiã de Thraben. Em sua mão você possui algumas remoções possíveis para ela: um fatal push, um rending volley e um bonecrusher giant/stomp com acesso a duas manas. São quatro possibilidades: utilizar ou o fatal push ou o rending volley para lidar com a Thalia; desvirar, fazer a mana do turno e utilizar o stomp ou ainda desenvolver o Bonecrusher giant como criatura. Cada uma delas pode afetar drasticamente os turnos seguintes e vamos explicá-las aqui.

 

Rota 1 -  utilizar o rending volley

Essa rota por mais interessante que possa parecer não é a considerada mais eficiente dada as ameaças que o mono white utiliza como adeline resplendent cathar. Caso você utilize o fatal push dificilmente irá conseguir gerar revolta no turno seguinte para habilitar a remoção de fatal push e uma Adeline não respondida no momento que bate na mesa acaba gerando um efeito bola-de-neve que o BR dificilmente consegue parar.
 

Rota 2 - desvirando e utilizando o stomp do gigante.

Essa rota também possui alguns problemas, como já discuti em um artigo anterior sobre o valor do “tempo” de uma jogada. A Thalia na mesa causa um problema para o BR no sentido de impedir que este consiga desenvolver o seu plano de jogo de remoção + ameaça (fatal push + graveyard trespasser por exemplo. Então na situação que removemos com stomp, apesar de ainda termos duas remoções fortíssimas na mão o oponente ainda mantém o “tempo” da partida e portanto não é a melhor jogada.


Rota 3 - desvirando e castando o gigante diretamente.

Essa rota é uma rota que pode parecer interessante num primeiro momento por ser uma jogada inusitada. Entretanto, quando paramos para pensar em cartas de remoção comumente utilizadas como Ossification e Brutal Cathar esse plano se torna bem pior porque não para o desenvolvimento de jogo do oponente e ele consegue desenvolver o seu plano de jogo enquanto remove uma ameaça. Mesmo sem contar que nas situações que o oponente possa ter uma remoção para o gigante, ainda assim o simples fato de aumentar o ataque da Thalia seja por meio Coppercoat Vanguard ou Thalia's Lieutenant já nulificam totalmente a possibilidade de utilizar o bonecrusher giant como um block efetivo 4/3 contra uma Thalia 3/x com First Strike.

 

Rota 4 - Utilizando fatal push

Essa rota abre a possibilidade de responder a Thalia em um turno e passar potencialmente com duas remoções abertas no turno seguinte (rending volley/stomp) e ainda com o benefício da vantagem virtual de cartas que o gigante possibilita quando utiliza-se sua parte de aventura e a criatura. Caso você ainda compre uma fable of the mirror-breaker, você ainda tem a possibilidade de desenvolver o seu jogo de forma extraordinária, exatamente o plano que o BR gostaria de executar.

Conclusões.

Diversas tomadas de decisões precisam constantemente ser avaliadas para nos tornarmos bons jogadores. Gerenciar recursos não significa somente saber desenvolver ameaças e neutralizar as do oponente a qualquer custo. Significa entender COMO se comportar perante os perigos e entender que seu oponente, assim como você, também deseja a vitória. Quanto menos oportunidades você garante a ele, maiores são as chances de você levar a melhor.

Espero que vocês tenham gostado deste artigo e gostaria ouvir de vocês nos comentários: qual foi uma situação em uma partida que se você tivesse avaliado corretamente os riscos, teria ganho com certeza? Nos vemos no próximo artigo e acompanhem as redes sociais para mais conteúdos tchuchucadores. 

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