Como melhorar no Magic? - 5 dicas para jogadores de torneio | Magic

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Publicado em 23/03/2023
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Fala galera, como vocês estão?

Me chamo Rafael Kenji, também conhecido como tchuco no MOL, sou de Londrina - PR, jogo magic competitivamente há sete anos e há um ano me tornei um grinder no MOL e streamer(twitch.tv/tchucomtg). Recentemente, tive algumas experiências como coach de jogadores de Rakdos Midrange, tenho feito alguns deck guides e auxiliado jogadores a melhorar alguma match em específico. A partir disso, tive a ideia de criar uma série dentro do blog do MYP cards para ajudar os jogadores que tem interesse em entrar no universo competitivo do Magic: The Gathering.

Para essa nova série de artigos, dividirei os artigos a partir de 3 níveis: nível carteiro(entregando partidas por todo o Brasil), jogador de torneio(jogadores que participam de torneios relevantes como RCQs, GPs etc. mas não conseguem performar tão bem) e jogador de alta performance(grinders, jogadores que fazem day 2 no GP, jogadores de showdown e RPTQs). Dando continuidade à nossa série de 5 dicas para melhorar a sua gameplay, hoje falo diretamente com os jogadores de segundo nível, os jogadores de torneio que estão iniciando a sua jornada no cenário competitivo e gostaria de se preparar para um eventual torneio.

 

5 dicas de como melhorar seu jogo(nível 2):

  • 1- Prepare-se!

Dentro de um torneio de altíssimo nível como Pro Tour ou Magic World Championship, todos os jogadores possuem as melhores cartas e são extremamente habilidosos. Mas, de algum modo, alguém acaba se destacando e outros acabam indo mal. Será que eles saem do Pro Tour dizendo: “só comprei land!”. Provavelmente, não... Quando falamos em performance em torneios grandes, precisamos levar em conta diversos outros aspectos além do jogo. Por exemplo: horas de sono, estar descansado, estresse, confiança, seu estado psicológico e emocional. Do que adiantaria você ter a skill do PV, Reid Duke etc. se você chega para jogar o torneio de ressaca e seu café da manhã um balde de frango frito do KFC(e sim, já vi isso acontecer...).

Em meus últimos dois torneios grandes, houve uma coincidência na semana que antecedeu os torneios: estresse pelo trabalho. O estresse somado às noites mal dormidas e postura inadequada, me geraram dores na lombar e torcicolo. Enquanto Psicólogo, obviamente, a minha terapia está em dia, mas sentia que precisava de uma ajuda profissional para lidar com essas dores no corpo, e recorri a um fisioterapeuta osteopata. Meus amigos... foi a melhor coisa que eu poderia ter feito. Atribuo muito os meus dois últimos bons resultados a esse combo de terapia, fisioterapia/osteopatia e uma boa noite de sono.

No universo profissional de e-sports cada vez mais temos profissionais como: psicólogos, fisioterapeutas, nutricionistas etc. Par auxiliar os jogadores a lidar com esses outros fatores que possam interferir em seu desempenho. Não estou tentando convencê-los a ter uma equipe multiprofissional ao seu dispor para jogar um torneio, mas que todos esses elementos que estão fora do jogo, precisam ter alguma atenção especial. Por tanto, cuidem-se!

 

  • 2 - Escolhendo a sua lista

Por um lado, a sua escolha deve ser pessoal, e por outro lado respeitar o metagame. Uma vez que por mais que você seja aficionado por dinossauros, não há como tentar ganhar uma vaga para o Pro Tour com um naya dinossauros... Da mesma forma como não é recomendável que você jogue um torneio com algum arquétipo ou deck que você não goste, não se sinta confortável, apenas porque ele está bem localizado no metagame.

A minha sugestão: escolha algum deck com o arquétipo(aggro, midrange, control, combo, big spell etc.) que você mais se identifique e que consiga ter respostas para o metagame do torneio em que você jogará. Algo que me dá um certo conforto psicológico ao jogar com o rakdos midrange, é saber que por mais que a matchup seja difícil, será um “jogo jogado”, haverá alguma luta. O rakdos dificilmente tem uma free win, mas também não cai sem atirar.

Fatores que devem influenciar na escolha dos seus decks:

  1. O tempo entre as partidas: decks controls e prisons tendem a ter um jogo muito mais arrastado, tendo menos tempo para descansar entre as rodadas. Por sua vez, o jogador de mono red vai ganhar ou perder em 5 minutos.
  2. Quantidade de triggers: lembrando que no cenário competitivo você é responsável pelos seu triggers: isso significa que jogar com um deck de aristocratas ou sacrifice, pode ser bem mais cansativo.
  3. Conforto psicológico: já estar acostumado com o arquétipo, conhecer as matches e se divertir com a lista.
  4. Posicionamento no meta: como meu baralho está posicionado no metagame? Tier 1? Tier 2? Só ganha a Copa Mickey? será um deck muito hateado? Como ele contorna o hate e o meta?

 

  • 3- Treinando G1 e G2/G3

G1 e G2 são games com características bem diferentes, uma vez em que no pós side, não apenas os decks se transformam, mas agora você sabe a mão em que deve keepar. Um grande exemplo disso são as partidas de Rakdos Mid x UW. O UW control costuma a ganhar o G1, já que o rakdos pode comprar muitas cópias de Power Word Kill  e Fatal Push. Já no G2 e G3, costuma a ser MUITO mais favorável para o rakdos, pois as suas remoções se transformam em descartes e valor.

Características gerais:

  1. G1: cada deck segue com o seu plano. São partidas mais rápidas e retas.
  2. G2/G3: partidas mais lentas e responsivas. Um exemplo disso são os sideout de muitos decks: o do Affinity, geralmente sai o Batracóide , e no saudoso Affinity do modern o Memnito . Ou seja, saem os drops mais baixos e rápidos, para entrarem repostas como counter, descarte, hate de cemitério etc.(isso não é uma via de regra, são apenas características gerais).

Conversando com alguns proplayers que já fizeram bootcamp, me disseram que treinavam o G1 da seguinte forma: um jogador definia qual deck iria jogar, e em seguida comprava as 7 cartas e escolhia keepar ou muligar, depois disso o outro jogador escolheria o deck para jogar contra esse oponente que já keepou a sua mão no blind. Dessa forma, um dos jogadores mantém uma mão genérica e precisará se virar com os recursos que tem, enquanto o outro já sabe o deck do oponente e keepará uma mão tendenciosa. Essa situação proporciona para um dos jogadores enfrentar a melhor versão do deck que poderá enfrentar no torneio, e também o forçará a encontrar planos diferentes de acordo com os recursos que possui.

Por sua vez, o G2/G3 não exige nenhum tipo de técnica específica, se trata mais testar o seu plano de side in e side out.E Por vezes testar se é possível vencer uma determina matchup sem o hate.

 

  • 4- Side guide

O quarta dica de nossa série é: monte um plano de side anotando o side in e side out de cada matchup. Você poderá usar essa “cola” entre os games. Se você não sabe o que tirar ou o que colocar em determina matchup, e acaba tirando qualquer coisa ou o famoso “undi”(um de cada), procure algum jogador que seja referência com o deck para comprar um side guide ou até mesmo fazer um coach.

Quando voltei a jogar Magic: The Gathering, um amigo meu me disse que as duas habilidades que diferenciam um carteiro de um bom jogador, é saber a mão que vai keepar ou muligar, e como sidear. Hoje, entendo perfeitamente o quanto essas habilidades são impactantes.

Há ainda outro fator psicológico do sideboard que é muito importante, se você se sente confortável com as cartas que escolheu. Por exemplo: se em um determinado meta, há muito decks de criatura, e o ideal seria usar esse sideboard para enfrentar esse meta. Mas, e se aparecer algum deck que usa o cemitério e você tirou seus hates de cemitério para colocar apenas remoções? Se você se sentir confortável em correr esse risco, ótimo, sua escolha, sua intuição. Eu, enquanto jogador, detesto correr esse risco... E quando isso ocorre, acabo optando por usar cartas que fazem mais de uma coisa, como por exemplo: Go Blank , que é um disrupt com hate de grave. Assim tenho mais espaço no meu side para me preocupar com outras coisas do metagame.

 

  • 5- Tecnologia

Após escolher suaa lista, você precisa tomar uma decisão: a lista reta ou a tecnológica? Quando você aposta em uma lista mais tradicional e conhecida, você está escolhendo algo bom e funcional por um lado, mas por um outro lado você terá exatamente as peças que seus adversários estão esperando e se prepararam para jogar contra. Para tentar driblar essa situação, não é nada incomum usarmos alguma carta que responda bem ao meta e não comprometa a nossa estratégia inicial.

No primeiro ciclo dos rcqs, a carta que utilizei em meus Rakdos Mid e que ganhou vários e vários jogos, foi a Hazoret the Fervent . No segundo ciclo a minha aposta foi o Invoke Despair . No terceiro ciclo, optei por uma lista mais tradicional e acabei sendo campeão de um rcq(https://mypcards.com/blog/637/Report___Regional_Championship_Qualifier____Terceiro_ciclo).

Contudo, esse é o momento em que você utilizará de sua criatividade e visão de jogo para tentar inovar algo no metagame, e precisará de um treino para testar sua tec, antes de utilizá-la em um torneio. Mas, deixo aqui um adendo: antes de tentar mexer em uma lista, que provavelmente foi copiada de algum torneio anterior, ou atacar o metagame, conheça o seu deck e o porquê de cada carta estar lá. Algumas perguntas que você deve saber responder sobre o seu deck: por que apenas X terrenos básicos? Por que 22 terrenos e não 21 ou 23? Se a carta é tão boa, porque você utiliza 3 cópias e não 4? Qual a função dessa carta no meu deck, em qual momento ela ruim e qual ela é boa?

 

Preparar-se para um torneio é o primeiro passo para um bom resultado, e espero ter ajudado de alguma forma para melhorar a gameplay de vocês! 

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Muito obrigado a todos, e até breve! Um beijo do seu tchutchuco!

 

Comentários

Luc2as comentou em 24/03/2023 16:20:32

Eu gosto de frango frito

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