Saudações galera!

Pra quem não me conhece, me chamo Luiz ou Miguxo, e jogo Draft na Twitch e YouTube no canal Migucheras.

Resolvi começar esse blog como uma forma de compartilhar algum conteúdo mais leve sobre Magic, dando uma variada da estratégia e teoria. Na coluna "Miguxo Rankings" vamos olhar para o meu top 10 (ou top 5 quem sabe) dentro de uma categoria arbitrária no nosso jogo, e compartilhando algumas histórias com vocês. Nosso primeiro episódio, em homenagem a meu chat na Twitch, é sobre ANJOS.

Pesquisando no Scryfall vemos que existe um total de 190 anjos no nosso joguinho (ou aqui memso no myp também). Lembrando que meu ranking é puramente pessoal, não vamos entrar em questões de power level ou impacto histórico.

10. Serra Advocate

Acho que a única carta incomum da minha lista, e porque me marcou tanto? Essa arte maravilhosa está na imagem da caixinha do deck pré-montado da 7ª Edição. Um coleguinha da escola tinha alguns desses decks e joguei bastante com esse antes de ganhar o meu primeiro. A gente nem sabia as regras direito então imagino que só ativava a habilidade "em sorcery speed", mas me parece uma carta bem desagradável de se jogar contra num Draft. Em tempo, se vocês nunca checaram as artes da 7ª edição, super recomendo - um estilo bem característico.

9. Baneslayer Angel

Ah, o "Moneyslayer" Angel. Na época que isso saiu esse conceito de "bomba mítica que 5 mana que carrega o jogo" ainda não existia, essa carta foi pioneira nesse sentido. A teoria de que criaturas que jogam construído ou são Mulldrifter - geram valor imediato - ou são Baneslayers, que mesmo que morram pra remoções encerram o jogo se não respondidas imediatamente. O engraçado é perceber que essas carta foi reprintada 12 anos depois e hoje em dia o seu impacto é mínimo. Já que temos ameaças como Elder Gargaroth e Goldspan Dragon que além de fechar a partida rápido ainda geram recursos no meio tempo.

8. Reya Dawnbringer

A galera que joga Magic mais sério, ou que conheceu o jogo através do Arena, tem a noção do que são Formatos. Quando você é criança jogando com a molecada isso não existe, todo mundo joga com as cartas que tem, e a dificuldade de conseguir cards diferentes, antigos talvez é a própria limitação do power level do deck de todo mundo. Logo, nossos decks são pilhas de criaturas e mágicas de suporte; como diria pros meus parâmetros de 20 anos depois, decks ruins de Draft.

Eu me lembro da experiência de jogar contra um Reanimator pela primeira vez como algo bem iluminador do que eram as possibilidades através do Magic. Devo ter começado a partida, mana vai ("quem usa criaturas de 1 mana? elas são tão ruins!"). Meu oponente faz Pântano, Ritual Sombrio, Enterrado Vivo, pega Reya Dawnbringer, Petradonte e Hipnox do deck e coloca no cemitério. Sem entender o que está acontecendo, faço outro terreno no meu turno 2, talvez uma criatura? Oponente volta de Exumar trazendo Reya, UAU, o pequeno Luiz teve sua cabeça explodida e joga Magic até hoje.

7. Anjo Exaltado

Primeiramente, Morph é super daora e uma habilidade que espero ver de volta um dia. Esse Anjo já tinha um custo bem agressivo, permitindo curvar Morph pra flipar e ficar com um 4/5 voar lifelink, um ótimo negócio na época - muito antes de Baneslayer Angel, se lembrem. Porém havia uma interação com a carta Deslizamento Astral, em que se você exila o Morph 2/2 ela volta ao jogo de face pra cima. E vocês achando que Reciclar é chato por causa de Zenith Flare...

6. Twilight Shepherd

Shadowmoor foi uma das primeiras edições que acompanhei os spoilers. Eu lembro de ficar babando vendo toda a "atmosfera" da edição, a questão do flavor (sombrio), direção de arte (surreal, bizarra), worldbuilding (um mundo onde é sempre noite), e como isso se relacionava com as mecânicas. Marcadores -1/-1 (pela primeira vez), mana híbrida em doses cavalares, símbolo de desvirar - Pili-Pala, tipo: que?????? Enfim, e quando eu vi esse anjo sinistríssimo eu fiquei muito impressionado com a arte - provavelmente nem viu jogo competitivo. Confiram a galeria do artista, Jason Chan, várias peças icônicas.

5. Brisela, Voice of Nightmares

Mecânica Meld. Você junta duas cartas diferentes - Bruna, the Fading Light e Gisela, the Broken Blade - e forma uma cartona que são duas cartas juntas, e é um ELDRAZI ANGEL. Flavor text trágico pra coroar a arte maravilhosa em seu objetivo de ser profundamente perturbadora.

4. Anjo Serra

O ANGEL original direto de Alpha. Provavelmente a criatura mais poderosa nos primórdios do jogo? Em português tivemos a tradução Anjo Serra, quando possivelmente o mais adequado fosse "Anjo de Serra"? Já que Serra, a Benevolente é uma planeswalker e não o próprio anjo. Hoje em dia isso é uma criatura incomum? Mas a força desse ícone - o conjunto da arte, flavor, impacto - ficará pra sempre registrada na história do jogo.

3. Wayward Angel

Nós que jogamos Magic sempre vamos lembrar com nostalgia das cartinhas que eram novas quando começamos. Odisséia foi o meu primeiro release nesse sentido, e não havia Internet na mesma forma como hoje, só dava pra conhecer as cartas vendo-as no deck, "bolinho de cartas" ou pasta de alguém. Rolou algo meio radical nesse bloco - que nunca foi repetido aliás - que foi um desbalanceamento de cores entre as edições. Tormento - a segunda do bloco - era super focada em Preto - será que é coincidência ser minha cor favorita hoje em dia? E Julgamento como contrapartida era focada em Verde e Branco. Enfim, nessa época eu adorava ficar olhando cartinha, e quando vi esse anjo saquei na hora qual era a intenção do design - um Anjo Serra um pouco mais caro que se transforma num Senhor das Profundezas no Limiar. Pensando hoje em dia, acho esse aspecto auto-referencial do Magic algo incrível e que só é possível porque existe uma pool de quase trinta anos de cartinhas pra recombinar.

2. Akroma, Angel of Wrath

Durante muitos anos da minha vida fui parte do Movimento Escoteiro - curiosamente, inclusive foi onde joguei minha primeira partida de Magic. Houve uma época em que uma boa parte da galera do grupo lá da minha cidade estava febrando em Magic, então rolou um torneio dentre os escoteiros. Fui campeão com uma Grixis Pile que envolvia 4 Flametongue Kavu, 4 Razorfin Hunter, umas remoções, bombas e sabe-se lá o que mais que minha cabeça de 12 anos tenha cozinhado. A premiação foi um booster de Investida pra primeiro e segundo lugar. Eu abri uma Tefriderma e achei super maneira. O meu amigo que ficou em segundo abriu um Contraforte Arborizado, eu lembro de todo mundo vendo a carta e falando "nossa que paia, o que esse terreno faz de bom?". Na semana seguinte encontro esse mesmo amigo, mó feliz, pois tinha colado num torneio e trocado o Contraforte por uma Phage a Intocável e uma Akroma, Anjo da Fúria. Eu já tinha ouvido falar sobre essas cartas mas ainda não tinha visto pessoalmente, fiquei "uau olha essa Akroma que é isso, quanta coisa ela faz, que incrível"... Hoje em dia essa história só me mostra o quanto um adulto que joga Magic não tinha o menor escrúpulo em dar um balão num adolescente desavisado pra pegar FETCHLAND a preço de banana.

Mas sem dúvidas Akroma é o design perfeito pra um adolescente impressionável que não sacou ainda os fundamentos do jogo.

1. Avacyn, the Purifier

Quem acompanha a live já deve ter me visto falando sobre Neon Genesis Evangelion, uma das melhores obras audiovisuais já feitas na minha opinião. O plot é que existem criaturas chamadas Anjos, que desafiando a nossa expectativa, não nos protegem, mas sim representam o que será o fim de nós. Eu acho o conceito dessa Avacyn ainda mais chocante, pois ela foi em um momento a protetora do povo de Innistrad, mas como o flavor ilustra, já não é mais. Uma composição maravilhosa e o destaque de Shadows Over Innistrad que está entre meus designs favoritos.

Diva demais.

 

Isso é o que temos pra hoje galerinha!

Qualquer dúvida, discordância, comentário ou questão? Solta aí nos comentários ou me encontre na Twitch, YouTube ou Twitter. Até o próximo episódio dessa série (ou o primeiro de uma séria nova, quem sabe?) Valeu!