Boletim dos Artesãos - Controle no Topo | Magic
Escrito por artesaosdomagic
Publicado em 07/12/2020
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Olá e sejam bem-vindos a mais um Boletim dos Artesãos, seu companheiro que te leva tudo o que de mais importante acontece no mundo de Magic: the Gathering. Neste fim de semana ocorreu o Campeonato de Etapa de Renascer Zendikar, último grande evento do ano, então, como não poderia ser diferente, este será o grande foco dessa edição. Vamos lá para as informações!
Inovações Num Standard Conhecido
Antes mesmo de qualquer campeonato podemos aprender um pouco do que vai acontecer e o primeiro passo para isso é olharmos qual será o Metagame do torneio. Como vimos aqui, para o Campeonato de Etapa de Renascer de Zendikar tivemos dois formatos, o primeiro deles foi o Standard.
O último lançamento que impactou o formato foi a própria Renascer de Zendikar lá atrás em setembro e depois dos banimentos que estabilizaram o formato nenhuma outra mudança brusca foi feita. O resultado disso é que o Standard era um formato bem conhecido indo para este campeonato, com as grandes forças bem identificadas.
O deck mais popular desta porção do formato foi o Gruul Adventures, que vem se mantendo nesta posição basicamente desde o primeiro campeonato. Apesar disso o deck também tem sido colocado à prova com bastante sucesso e não abre ampla dominância no Standard, como podemos ver com seus 23,9% do campo.
Para este campeonato a maior inovação para o deck foi trazida pela equipe de Autumn Burchett que decidiu incluir Quebra-escudo de Brasoreth // Exibição em Batalha no deck principal. A carta é de grande valor no mirror, destruindo O Grande Círculo, mas também pode atingir outros artefatos, como Tomo da Mente Labiríntica e Féretro de Vidro.
O segundo deck mais popular foi o Mono-Green Food, um deck que tem a versatilidade de trazer criaturas enormes como Rei Trol Glutão e Kogla, o Símio Titânico impulsionadas por Castelo de Pontegaren que dominam o campo de batalha contra Gruul e lutar batalhas longas de valor com Trilha de Migalhas contra decks de maior atrito. A novidade aqui é o deck finalmente se colocar no primeiro patamar em um evento tão grande depois de ter bons resultados em outros campeonatos.
Fechando os três primeiros temos o Dimir Rogues, que continua forte e pode alternar com tranquilidade seu plano de ataque, podendo ameaçar os pontos de vida com Impositora da Guilda dos Ladrões ou triturar completamente o deck adversário com Caranguejo-das-ruínas. A grande inovação para o deck foi trazida pela equipe de Paulo Vitor Damo da Rosa, que incluiu algumas cópias de Mentes em Uníssono ao deck, que é mais uma forma barata de recarregar forças e achar as preciosas respostas.
Outro desenvolvimento interessante para o formato é o crescimento do Dimir Control, que já foi tentado em algumas versões anteriormente e agora recebe o reforço de Yorion, Nômade Celeste como Compaheiro. A percepção geral é que o deck tem boas ferramentas para lidar com a maioria dos opositores no formato.
Outro detalhe importante é a queda do Esper Doom, o outro deck Yorion que parecia tão forte algumas semanas atrás. O que pode ter acontecido com o deck é o preço da fama, já que os outros decks passaram a se preparar melhor contra sua presença constante.
Novas Águas no Histórico
Enquanto no Standard tínhamos um formato conhecido a situação era oposta no Histórico, que teve muitos lançamentos que reconfiguraram completamente o formato, em destaque os sets remasterizados de Kaladesh e Amonkhet. As novidades não foram o suficiente para derrubar os decks do topo, no entanto.
O arquétipo mais popular foi o Jund/Rakdos Sacrifice, clássico com Familiar da Bruxa, Forno da Bruxa e Diabo do Pandemônio. Fora o pacote tradicional o deck mantém a eterna batalha entre Korvold, Fae-Cursed King, Companhia Agrupada e uma base de mana simples com Rakdos. De qualquer forma o deck pode ter ganhado novas peças como Chandra, Chama da Rebeldia e Pilha de Sucata.
O segundo arquétipo mais popular, Sultai/4C Midrange é literalmente um Titã do formato e usando a combinação Uro, Titã da Ira da Natureza e Nissa, Abaladora do Mundo para grandes resultados. A inclusão de Yasharn, Terra Implacável se tornou bastante comum e o deck teve poder ainda aumentado com a inclusão de Empurrão Fatal e Especialidade de Yahenni. Se ainda for necessário prova do poder da combinação, 6 vagas do Top 8 foram tomadas pelo aquétipo.
Fechando o Top 3 arquétipos tivemos o Mono-Red Goblins pareando a agressividade da tribo com o aspecto combo de Muxus, Goblin Grandee. O deck não tem tantos espaços flexíveis para maximizar a explosão de Grandee, mas Autumn Burchett trouxe uma lista com Corneta do Arauto, boa carta contra decks de maior atrito, no deck principal e a levou até o Top 8.
Fora esses decks o formato parece bastante aberto, confirmado pelo fato que o próximo “arquétipo” mais popular seria o Outros, ou seja, decks com 2 pilotos ou menos, e dentre eles podemos encontrar de tudo um pouco, em especial alguns combos. O espaço para experimentação está definitivamente aberto.
Barclay Leva o Título
Nas performances individuais tínhamos muitos nomes para ficar atentos, em especial é claro, os brasileiros, já que 8 deles disputavam o campeonato. Infelizmente 5 já foram eliminados no primeiro dia de competição. Lucas Esper Berthoud, dos Rivais, fez um 1-4 e nos Desafiantes João Lucas Caparroz teve um 2-4, Alexandre Weber 1-4, Patrick Fernandes 1-4 e José Freitas 1-3.
Dos brasileiros que disputaram o Dia 2 Carlos Romão, da MPL, terminou com 7 vitórias e o Desafiante Paulo Henrique Farias acabou com 6. O nome restante é o do nosso campeão mundial Paulo Vitor Damo da Rosa que disputou até a última rodada uma vaga no Top 8, chegando a 11 vitórias, mas acabou de fora por critérios de desempate.
O Top 8, a propósito, foi uma boa mistura entre novos nomes e nomes consagrados. Metade dos competidores foram membros da MPL. Andrea Mengucci e Brad Nelson tem currículo extenso e buscam adicionar um título de PT a ele.
Autumn Burchett e Gabriel Nassif emendaram uma série grandes performances, já que ambos de apareceram na fase final das Grandes Finais. Autumn busca repetir o feito do Campeonato Mítico I e Nassif reforça o que foi um ano mais que extraordinário para ele, chegando em sua quinta fase eliminatória em 12 meses.
Dentre os rostos mais desconhecidos apenas Tomáš Pokorný é um verdadeiro novato, garantindo um Top 8 já em seu primeiro grande evento. Já Luca Magni construiu seu nome no Arena o que rendeu a ele uma vaga n atual Liga de Rivais.
Por outro lado, Brad Barclay e Jan-Mortiz Merkel fazem um ato de reaparecimento usando a plataforma digital. Jan ganhou o PT Kobe em 2006 quando tinha apenas 17 anos e Brad era um participante recorrente das Copas do Mundo de Magic.
No final o título ficou com um especialista em Controle. Brad Barclay trouxe duas listas mais externas ao Metagame, Dimir Control no Standard e Azorius Control no Histórico, mas precisamente construídas para lidar com tudo o que os oponentes trouxessem e deu um vedadeiro show para os entusiastas do arquétipo.
Brad se manteve calmo e preparado por todo o capeonato, nevegando com precisão as decisões mais difíceis e também pôde contar com a sorte em alguns momentos de alta tensão. O resultado disso foi que ele não perdeu nenhuma partida no Histórico em todo o fim de semana, um feito impressionante dado o campo de competidores. Parabéns ao jogador pela enorme conquista!
Assim terminamos mais um Boletim dos Artesãos. O que você achou do Campeonato de Etapa de Renascer de Zendikar? Achou um novo deck para jogar no Standard ou Histórico? E o que espera dos formatos daqui pra frente? Sinta-se livre para nos contar usando a seção de comentários. Você também pode nos alcançar por nossa página no Facebook, Twitter ou Instagram. Obrigado pela leitura.
Thiago Santos dos Artesãos do Magic
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