Problemas no Magic the Gathering | Magic

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Publicado em 13/11/2020
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Olá! Meu nome é Daniel e hoje eu vou falar sobre algo polêmico no Magic The Gathering, seus problemas. Não me leve a mal, eu amo Magic e é justamente por isso que preciso fazer esse texto. Hoje eu quero falar sobre um problema real quando se joga Magic, frequência de banimentos, COMBOS e Power Creep.

Power Creep

Primeiramente vamos explicar o que é Power Creep. Power Creep só aparece em jogos que evoluem, que lançam expansões e que sempre estão sendo atualizados, fazendo com que o jogo fique vivo. Isso acontece por que as empresas lidam com uma questão: se meu jogo está balanceado, qual o motivo das pessoas comprarem as coisas novas que eu quero lançar?

Essa questão é complexa, pois envolve o jogador e a produtora. O jogador quer ter novas experiências para não enjoar do jogo, sendo uma nova atualização um grande renovo na vontade da pessoa de continuar desfrutando do que o jogo tem a oferecer. No caso da produtora, ela enxerga que precisa fazer algo chamativo para que os jogadores possam comprar a nova expansão que ela está lançando. E é aí que está a armadilha.

Jogadores querem elementos melhores nos jogos para que eles consigam renovar suas estratégias. Vendo isso, a empresa lança peças ou cartas melhores do que as que já haviam sido disponibilizadas pelo jogo em suas atualizações anteriores. Uma carta com custo 1 de mana que da 3 de dano é melhor do que uma que custa 4 de mana que faz a mesma coisa, correto? Isso é o Power Creep.

Quando a empresa lança peças, cartas, campeões muito mais fortes do que aqueles que já estavam no jogo, desbalanceando tudo o que já havia sido lançado e estabelecido. Eu poderia fazer um texto inteiro sobre Power Creep no Magic, mas hoje não será o caso (Prometo fazer um em breve). Vamos voltar para o Magic.

Como Magic é um cardgame que também é de PAPEL, os jogadores de MTG mídia física não têm o luxo que a versão digital tem, que é editar a carta após o seu lançamento. Quando algo está muito quebrado, na mídia física, a Wizards tentará balancear isso imprimindo algo que vamos chamar de Cartas do Ódio (CdO). As CdO’s são cartas que possuem apenas um objetivo e contra apenas um inimigo, sendo inútil contra outros. Digamos que decks de goblins começam a ficar extremamente fortes ao ponto de jogadores começarem a reclamar. A Wizards faz uma Tivadars Crusade para tentar balancear a situação.

Quando as CdO’s não funcionam, o famoso martelo do banimento aparece como a única solução para uma carta quebrada. Antes isso era visto como algo raro, porém, está cada vez mais frequente. Combo Neoformar e Senhor Demônio Belzenlok estão por aí pedindo para que a Wizards faça mais uma de suas Cartas do Ódio ou apenas aplique o banimento nelas.

Pela própria estrutura do Magic, esses tipos de atitude da Wizards batem de frente com dois dos maiores alicerces do MTG, como seleção de carta e vantagem de carta. Seleção de Carta se refere a habilidade de ter uma carta que possibilita você ter uma carta chave quando você precisar, e vantagem de carta refere-se quando você compra mais cartas que seu oponente.

Esses dois alicerces estão intrinsecamente ligados, pois quanto mais cartas você tem, maior sua chance de pegar certa carta para conseguir finalizar o jogo. Sendo características importantíssimas no MTG, existem cartas que facilitam uma ou ambas facilmente. Cóptero do Contrabandista é um exemplo agressivo disso. Decks agressivos e midrange usavam o Cóptero do Contrabandista como forma de defesa de mágicas, às vezes atacando, porém, sempre saindo no benefício graças a possibilidade de comprar uma carta. Espiral de Crescimento faz com que você compre uma carta e ainda coloque uma mana no campo de batalha diretamente da sua mão, sem entrar virada.

Banimentos

Muitas cartas foram banidas em todos esses anos, sendo seus efeitos punitivos com quem jogava com um certo tipo de estratégia ou apenas por jogar. Consigo pensar em duas cartas para ilustrar isso, Agente da Traição e Teferi, Manipulador do Tempo 

O banimento do Agente da Traição acabou punindo quem punia, basicamente; pois ela conseguia inverter a vantagem do jogo, fazendo com que o dono do Agente da Traição conseguisse respirar em momentos difíceis ou fechar o caixão em casos já ganhos, sem contar o potencial de comprar cartas.

Teferi, Manipulador do Tempo foi banido por inúmeros motivos. Essa carta destruía decks aggro por retornar as criaturas para a mão do dono e comprar uma carta, mas também por permitir uma limpa na mesa com a velocidade de uma magia instantânea. Isso barrava decks controls instantaneamente pela velocidade de resposta que Teferi, Manipulador do Tempo concede.

COMBOS

Interações entre as cartas são o eixo para jogos como Magic. Sendo assim, é comum que combos apareçam rapidamente assim que cartas novas são lançadas. Não me leve a mal, pois eu adoro combar, mas reconheço que existem combos e COMBOS. Os COMBOS acontecem quando cartas interagem de uma maneira muito melhor do que o esperado, sendo aí que os problemas começam a aparecer.

Um exemplo é o combo do Familiar do Caldeirão e Forno da Bruxa. Você baixa o Forno da Bruxa, depois sacrifica o Familiar do Caldeirão criando uma token de comida. Até aí tudo bem, porém, você sacrifica a token de comida, retorna o Familiar do Caldeirão do seu cemitério, ganha 1 de vida e o oponente perde a mesma quantidade e se tiver outro Forno da Bruxa, sacrifique o Familiar do Caldeirão de novo e faça o combo acontecer. Imagine isso com 4 Familiar do Caldeirão e Forno da Bruxa e o resultado são oponentes impacientes e combos intermináveis com uma chance incrível de sucesso. Quando esse combo acontece no Magic Arena, geralmente o oponente concede a partida e você ganha pelo cansaço.

Outro combo extremamente quebrado é o do Senhor Demônio Belzenlok. Nesse combo, Senhor Demônio Belzenlok sai exilando seu deck inteiro até encontrar uma carta que não seja de terreno, colocando-a na sua mão. Caso o custo da carta seja 4 ou maior, Senhor Demônio Belzenlok repete o processo. O fato é que Senhor Demônio Belzenlok da 1 de dano a cada carta que ele põe na sua mão dessa forma, EXCETO se você tiver A Errante / Sorin, Senhor Vampiro Vingativo e Jace, Manipulador de Mistérios. Respectivamente, as cartas vão impedir que Senhor Demônio Belzenlok aplique o dano, curar na mesma hora que Senhor Demônio Belzenlok der o dano, fazendo com que sua vida fique imutável, e fazendo com que você ganhe o jogo por não ter cartas, já que o combo exilou seu deck INTEIRO.

É legal vencer com um deck de combo absurdo? Sim, até isso acontecer com você.

Existe uma maneira dessas coisas serem evitadas?

Sim. Quando Raio foi lançada, ela era, e ainda é, extremamente forte. Custo baixo de mana para dar 3 de dano? Eu quero. Porém, a Wizards tinha uma alternativa, pois ela poderia lançar algo mais forte que Raio, mas ela não fez. O que ela fez foi lançar Choque e Lança Cauterizante. Vendo de fora, pelo dano e custo, as cartas poderiam ser consideradas piores que Raio, porém, elas foram essenciais para que o formato conseguisse mudar.

Para resolver esse problema, as cartas não precisam ser piores do que as anteriores, porém, podem se diferentes. Uma carta que limpa a mesa com custo 3 que só pode ser usada se você tiver 20 mágicas instantâneas no seu cemitério é mais forte do que uma carta que faz a mesma coisa custando 9 de mana, porém, ela só vai ser efetiva CASO você tenha as mágicas no seu cemitério. Entenderam como a carta é melhor, mesmo assim não é totalmente quebrada, mesmo que seu custo seja menor?

Não existe apenas uma solução. A discussão toda é apenas para provar que Magic tem vários problemas, assim como todo jogo, que podem resultar em uma frustração muito grande. Justamente por gostar do jogo é que todos nós precisamos apontar suas falhas e ver se elas são melhoradas. Se você gosta de algo, você não joga fora, mas tenta consertar e melhorar.

E para você? Qual seria uma boa solução?

 

Comentários

lfgcampos comentou em 14/11/2020 21:12:44

Muito bom artigo!!

DarkRJ comentou em 13/11/2020 20:48:29

Esses problemas se repetem em praticamente todos os tcgs que joguei na vida ):

Excelente texto, meu querido!

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