Boletim dos Artesãos - M21 Invisível no Metagame | Magic
Escrito por artesaosdomagic
Publicado em 13/07/2020
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Olá e sejam bem-vindos a mais um Boletim dos Artesãos, elaborado com tudo o que de mais importante acontece no mundo de Magic: the Gathering. Nessa semana começamos uma sequência de grandes campeonatos que dura até o início do mês que vem e damos uma olhada no Standard após o lançamento da Coleção Básica de 2021. Antes disso, no entanto, vamos falar sobre o jogo em loja, que sofreu nova suspensão.
Jogo em Loja Novamente Suspenso nos EUA e América Latina
Na quinta-feira passada, dia 9, a Wizards comunicou no site da Wizards Play Network que o jogo em loja foi re-suspenso na América Latina e EUA numa nova resposta à situação da pandemia do covid-19 nas referidas regiões. A suspensão durará no mínimo até o lançamento de Ascensão de Zendikar, em setembro.
“Após revisar as informações do Pré-lançamento da Coleção Básica de 2021 (...) e, acima de tudo, considerar a segurança da comunidade, tomamos a difícil decisão de suspender o jogo em loja nos Estados Unidos e na América Latina”, disse a Wizards no comunicado.
A empresa ainda reforçou que não há data definida para que o jogo em loja retorne e que fornecer uma previsão agora seria muito instável. A partir de setembro atualizações mensais serão dadas na segunda quarta-feira de cada mês, mesmo que a decisão seja por nenhuma ação.
O jogo em loja já havia sido previamente suspenso na América Latina, Europa e EUA, mas foi restabelecido em 1 de junho. Enquanto as circunstâncias da pandemia se amenizaram na Europa, o mesmo não foi verdade nas outras duas regiões, com Brasil e EUA liderando tanto em casos ativos de covid-19 quanto mortes.
A decisão tem seu maior impacto sobre o lançamento de Ascensão de Zendikar que teve seus eventos de pré-lançamento trocados para a modalidade em casa. A data geral se mantém a mesma, pelo menos por enquanto, e o set é esperado para lançamento em setembro.
M21 Sem Impacto
Já se passou um pouco mais de uma semana do lançamento da Coleção Básica de 2021 e os jogadores já tiveram tempo para experimentar com o set no Standard. E já podemos dar uma primeira olhada mais profunda no formato com os dados do Qualificatório Internacional II do Red Bull Untapped que aconteceu neste fim de semana.
Para refrescar a memória, antes do lançamento de M21 tínhamos 4 pilares sólidos do formato, Temur Reclamation, Bant Ramp, Sultai Ramp e Rakdos/Jund Sacrifice, acompanhados de uma variante Aggro que mudava de campeonato a campeonato. A esperança era que o set chacoalhasse o Standard, mas infelizmente o metagame do Untapped, que contou com 1303 participantes, mostram que pouca coisa mudou.
O deck mais popular do torneio foi o Bant Ramp, com um pouco mais do que 15% do campo, que continua apoiado em Teferi, Manipulador do Tempo e adicionou ao seu arsenal Jolrael, Reclusa Mwonvuli, um encaixe perfeito que gera presença em campo de batalha enquanto o deck só faz o que já estava acostumado a fazer naturalmente, comprar cartas.
Em segundo veio o poderosíssimo Temur Reclamation, que teve 13,6% do metagame e continua basicamente com os mesmos 75 de antes de M21, com a exceção de algumas mudanças no sideboard a gosto de cada piloto, sendo mais um exemplo da máxima “não se mexe em time que está ganhando”.
Se aglomerarmos as variantes de Sacrifice temos o nosso terceio colocado com o Rakdos Sacrifice contando com 7,7% e o Jund Sacrifice com 4,7%. O arquétipo é outro que permanece quase sem alterações com exceção de algumas cópias de Ritos da Vila adicionadas pela variante Rakdos, o que ajuda o deck no aspecto vantagem de cartas, que era onde o deck mais sofria em comparação com o Jund.
Em seguida vemos a variante Aggro mais popular no camponato, título retomado pelo Mono-Green que teve 11,5% do campo. O deck foi remodelado, abandonando o plano de Crescimento Desenfreado e se fortalecendo nos pontos mais altos da curva com ameaças como Yorvo, Senhor de Pontegaren e Vivien, Patrulheira do Arco Bestial. A novidade que brilha no deck é o Lodo Necrófago, que tem o potencial de crescer ao longo do jogo e negar ao oponente o recurso do cemitério, mantendo Uro, Titã da Ira da Natureza sobre controle, por exemplo.
Por fim temos o Sultai Ramp, que com 9,2% aparece como o deck que definitivamente abraçou Ugin, o Dragão Espírito, adicionando-o a sua lista de finalizadores e um especialmente efetivo, já que sua habilidade negativa pode lidar com potencialmente qualquer campo de batalha. Além disso Ugin tem o benefício adicional de interagir bem com Nissa, Abaladora do Mundo, não exilando os terrenos animados por ela e chegando em campo mais rápido graças à extrema aceleração de mana que ela provê.
Passando para os dados de confronto entre os decks a decepção se torna ainda maior. Temur Reclamation continua como o melhor deck do Standard e foi o deck que mais venceu no torneio, 57% de suas partidas. Mais que isso, o único deck entre os citados acima que teve confronto favorável contra ele foi o Mono-Green Aggro, com o Rakdos Sacrifice e o Bant Ramp sendo os outros deck que mantiveram o confronto parelho.
Como um testamento à força do deck a final do campeonato foi mais um mirror de Temur Rec, desta vez entre Javier Dominguez e Yoshihiko Ikawa com o japonês vencendo o confronto com facilidade ao levar para jogo uma versão do deck mais melhor refinada para o mirror. Parabéns ao campeão!
Olhando para os outros decks vemos que M21 basicamente não impactou nenhum dos confrontos. De forma geral o Rakdos Sacrifice continua favorável contra o Bant Ramp, mas perdendo contra o Sultai Ramp. No confronto entre os Ramps Sultai se dá melhor, mas é destruído por Temur Reclamation, e ambos sofrem contra os Aggro de forma geral.
Em termos de staples outra decepção para M21. A carta mais usada da coleção no momento é o reprint de Fogo Dracônico Escaldante, que já estava no Standard, na posição 7. A próxima carta a aparecer é o Lodo Necrófago só na posição 19.
Sendo uma Coleção Básica, já era esperado que M21 não fizesse surgir arquétipos, mas o fato que os confrontos entre os decks quase não mudaram com o lançamento é alarmante. É quase como se a coleção estivesse invisível. O consolo é que o set foi capaz de pelo menos colocar algumas cartas dentro dos decks do topo do formato.
De todas as formas, ainda temos algumas semanas antes das Finais do Players Tour e, embora tudo indique que o formato já esteja basicamente definido, ainda é possível que um lampejo de genialidade de um jogador mude o roteiro deste Standard. Vamos acompanhar!
Assim acaba mais um Boletim dos Artesãos. E você, adotou qual deck para esta temporada do Standard? Tinha alguma expectativa para o impacto de M21? E imagina um cenário para a volta jogo em loja em breve? Sinta-se livre para nos contar usando a seção de comentários. Você também pode nos alcançar por nossa página no Facebook, Twitter ou Instagram. Obrigado pela leitura.
Thiago Santos dos Artesãos do Magic
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